- CONVENIO COM APEOESP(Sindicato dos professores) - ATENDEMOS TODOS OS CONVÊNIOS POR REEMBOLSO. Abordagem cognitivo-comportamental- RÁPIDA E EFICIENTE no tratamento dos mais diferentes quadros apresenatados por crianças, adolescentes e adultos. O tempo necessário para esse processo é geralmente menor em comparação á maioria das outras abordagens.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
O SEXO DOS FILHOS INFLUENCIA NA EDUCAÇÃO
O sexo dos filhos influencia na educação?
Meninos são agitados e adoram futebol; meninas são delicadas e só querem saber de princesas. Mas até que ponto as crianças devem ser criadas somente pela sombra dos estereótipos? E o que elas têm a ganhar quando os pais se preocupam em diversificar?
Pense no seu filho desde o primeiro segundo que o viu. Ou, melhor: lembre-se dos chutes que ele dava ainda dentro da sua barriga e conte-nos se não ouviu um “ah, vai ser artilheiro” ou “uma menina chutando? Vai virar bailarina”. E por que nunca a brincadeira acontece ao contrário? Basta ter o resultado positivo para você ou um parente dizer: “Não vejo a hora de saber o sexo para ter certeza do que comprar!”. O “ser menina” e “ser menino” começa já na gravidez, junto com a escolha da cor do quarto, dos tipos de roupa e até mesmo dos primeiros brinquedos. Meninos e meninas são diferentes, sem dúvida. Mas não quer dizer que eles não possam sair dos estereótipos. Aliás, é bom que saiam, pois só assim terão realmente oportunidades iguais. E, por mais contraditório que pareça, para ter essa “igualdade” é preciso educar de forma diferente. Quer um exemplo? Recente estudo norte-americano apontou que as mães conversam mais sobre matemática com os meninos do que com as meninas. Uma explicação é que seria mais fácil falar com eles, que têm uma aptidão inata para o assunto. Mas é justamente a suposta dificuldade das meninas que exige um esforço a mais dos pais. Ou seja, deve-se falar mais sobre o tema com elas do que com eles. Mesmo tendo características distintas, meninos brincam de casinha e meninas de carrinho. Eles também choram e elas têm temperamento agressivo. E ambos podem ser estimulados nas tarefas domésticas. Eles vão ser criados de forma diferente, seja pela razão biológica, seja pelas regras sociais, porém, vão aprender muito a partir do momento que tiverem experiências parecidas.
Você vestiria seu filho de rosa? Não é preciso ser um especialista no assunto para saber que as roupas nos revelam. E se não nos deixássemos identificar como homens e mulheres por meio delas? Essa ideia virou notícia depois que pais de vários cantos do mundo anunciaram que criavam os filhos fora dos padrões femininos ou masculinos. Um casal inglês, por exemplo, omitiu por cinco anos a identidade de seu filho mais novo, que usava roupas da irmã e do irmão. Tudo porque a criança estava prestes a entrar na escola e, claro, ficaria bem mais complicado deixá-la assim tão fora dos padrões. No Brasil, a pesquisadora e professora da USP, Clotilde Perez, também identificou um grupo de jovens de 18 a 24 anos que estudiosos vêm chamando de “menines”, fenômeno já visto em outras partes do mundo. Eles se vestem de maneira que as marcas da sexualidade fiquem imperceptíveis. “É uma postura ideológica. A menina não se veste de menino, mas ‘borra’ sua identidade, usando calça larga e outras coisas que ocultem as marcas da sexualidade segundo os estereótipos”, explica Clotilde, que passou um ano estudando o comportamento deles.
Conversamos com especialistas, pais e mães que, como você, se perguntam: será que tudo o que estou fazendo é o certo?
Por que o rosa e o azul?
Em livro recém-lançado, historiadora norte-americana destrincha o porquê das cores na vestimenta de meninos e meninas
A norte-americana Jo B. Paoletti, membro da Associate Professor of American Studies, da Universidade de Maryland, acumula 30 anos pesquisando e escrevendo sobre as roupas das crianças nos Estados Unidos e suas diferenças por causa dos gêneros. Mas o livro Pink and Blue - Telling the Boys From the Girls in America (Indiana University Press, algo como Rosa e Azul - Diferenciando Meninos de Meninas na América), lançado em janeiro, começou com a pergunta: quando passamos a vestir meninas de rosa e meninos de azul?
CRESCER: De que maneira os estereótipos das roupas refletem no comportamento de meninos e meninas?
Jo Paoletti: Se a roupa das crianças for idêntica, exceto pela cor, provavelmente não teria nenhum impacto. Há muitas diferenças subliminares. Sabemos de estudos nos anos 1970 que meninas que usavam calças e shorts eram mais ativas no parquinho, enquanto as que usavam vestidos tendiam a se sentar e falar ou assistir às outras brincarem. Já as roupas dos meninos são resistentes e de tecidos escuros, que lhes permitam brincar muito. O cabelo deles precisa de menos arrumação. As meninas aprendem que ser bonita é importante, tanto por causa do jeito que as vestimos, mas como reagimos, comentando sobre sua aparência. E os meninos aprendem a reprimir seu desejo de cor e enfeites, assim como não expressar algumas emoções.
C.: Mas nós criamos e vestimos meninos e meninas diferente porque são mesmo diferentes, ou eles são diferentes porque os criamos e vestimos assim?
J.P.: Penso que cada um é individualmente diferente e que mais importante do que confiná-los em classes seria respeitar e educá-los como indivíduos unicamente diferentes. Uma menina que prefere brincar quieta e adora cores suaves ficará mais confortável no estereótipo feminino, e um menino que é muito ativo e adora construir coisas ou brincar de carrinho se encaixará bem no conceito de masculinidade da cultura moderna. Mas a maioria das crianças não está nesses extremos, e não é raro para uma menina ou menino gostar de cozinha e construir, ou de arte e esportes. Há limites nesses rótulos.
C.: A atriz Angelina Jolie por duas vezes chamou a atenção da mídia mostrando a filha vestida como um menino. Para você, as crianças podem navegar entre um e outro universo?
J.P.: Estudos recentes indicam que a maioria das crianças que faz isso até 4 anos está apenas brincando de se fantasiar. As opções para se vestir atualmente dos EUA tornam a situação mais confusa para a criança, porque há pouquíssimas escolhas neutras. Elas têm dois estereótipos, e o que vão fazer se não se encaixam no que corresponde ao seu sexo biológico? (Digo isso como uma mulher que foi uma “tomboy”, que odiava usar vestidos e queria ser um cowboy quando crescesse. Na década de 1950, meninas e meninos podiam vestir as mesmas roupas de brincar, porque havia estilos mais neutros disponíveis.)
Um pelo outro
Dica número 1: não siga regras. “O ser humano é diverso. E o que é mais importante na hora de educar: dar só uma única forma de pensar ou opções para a criança escolher?”, diz o psicólogo Marcelo Labaki, pesquisador do Laboratório de Estudos da Família, Relação de Gênero e Sexualidade da USP.
Se, criado próximo ou longe de meninas, seu menino quiser usar um tutu de bailarina no próximo sábado à tarde, apenas deixe que brinque. “Existe uma vigilância exagerada de que se menino brinca de princesa ele será homossexual e a criança está explorando e não fazendo escolhas de parceiro ou parceira. É duplamente preconceituoso, primeiro porque nessa idade pré-escolar as crianças não estão determinando objeto de desejo. E, segundo, porque é uma ideia homofóbica, pensando que um tipo de pessoa é melhor que outro”, diz a pedagoga Maria Cristina Cavaleiro, do Grupo de Estudos de Gênero, Educação e Cultura Sexual da USP.
Tudo isso passava pela cabeça de Cheryl Kilodavis, uma norte-americana que ganhou fama após lançar My Princess Boy (Meu Menino Princesa), livro infantil inspirado no filho dela, Dyson, que adorava correr, subir em árvores e jogar bola, só que, de preferência, usando um vestido. Quando Dyson, aos 2 anos, manifestou a vontade, Cheryl encarou como um problema até que o filho mais velho dela, de apenas 5 anos, disse à mãe: “Por que você não o deixa ser feliz?”. “Não temos nenhum arrependimento. Se apoiamos Dyson hoje e mais tarde ele muda de ideia e para de se vestir como menina, ele pode olhar para o passado e dizer: ‘Não acredito que eu fiz isso um dia, mas que bom que meus pais e meu irmão me apoiaram e sempre me amaram’. Ou, se ele continuar a ser como é, poderá dizer: ‘Que bom que meus pais e meu irmão me apoiaram e me amaram desde pequeno, quando eu já gostava de me vestir como menina’,” disse Cheryl à CRESCER na época do lançamento, em 2011.
No início deste ano os cinemas brasileiros receberam um filme que tem como tema um caso parecido, só que ao contrário: o francês Tomboy (ainda sem previsão de sair em DVD), da aclamada diretora Céline Sciamma. O nome vem de uma expressão usada para meninas que gostam de se vestir como meninos e, no enredo, Laure quer ser um deles, jogar bola como eles, ter seus trejeitos e até – por que não? – aceitar uma paixão pré-adolescente com uma garota. O filme trata tudo com tamanha sensibilidade que o espectador é capaz de se colocar no lugar da menina-menino e dos pais que até aceitam o seu jeito, mas se decepcionam quando descobrem que ela inventou para a turma do condomínio que seu nome era Mikael. No livro e no filme, um ponto em comum: o apoio dos pais.
Os “menines” são objeto de estudo da pesquisadora Clotilde, mas, dentro de casa, ela também vive conflitos de gênero. Mãe de Mel, 7 anos, e Pedro, 6, ela conta que o menino é mais afetivo e a filha, no entanto, é mais pragmática. Um dia, disse à mãe: “Ah, eu sei que não sou uma lady”. “Ela já entendeu que existe um padrão. Mas não é tudo tão tranquilo para mim. Queria colocar brilhos nela, mas ela não curte!”
Na família da dona de casa Flávia Muraca também acontecem muitas surpresas. Sua filha Catarina, 8 anos, está fora dos padrões. A vida dela não tem cor-de-rosa e nunca houve aulas de balé. Faz futebol e quer ser baterista quando crescer. No dia que era para ir com a roupa que quisesse na escola, decidiu usar o uniforme do Corinthians. “Ela não é agressiva, embora seja mais agitada que uma menina comum. Mas desde 1 ano e pouco, diz que não gosta de rosa. Aos 3, já brigava comigo por causa de roupa”, diz Flávia, que acredita que a filha, na verdade, trafega com tranquilidade nos universos feminino e masculino. O que a incomoda é fechar possibilidades. Pois ela já teve fantasia da princesa Bela, brinca de boneca, ama o Justin Bieber e no momento está de olho grande no batom de marca francesa da mãe. “Eu lido bem e a escola também. Gostam da irreverência dela. Em uma festa à fantasia, ela quis ir de cotonete e bolamos uma roupa juntas que a fez ganhar o segundo lugar em criatividade!” Por mais que Flávia lide bem com o assunto, vez ou outra a família questiona a conduta inesperada de Catarina, e isso não é um problema para ela. Muitas vezes é preciso vencer também as expectativas dos que estão em volta.
O que a convivência ensina
Como, na maioria das vezes, as crianças são estimuladas conforme a questão dos gêneros, há muito o que meninos e meninas possam aprender um com outro
De menina para menino
• demonstrar amor com pequenos carinhos, beijinhos e abraços torna a criança mais confiante
brincar com coisas delicadas exerce a coordenação motora fina
chorar faz bem e não é preciso mostrar o tempo todo que somos infalíveis
brincar de boneca e casinha é uma ótima maneira de aprender a cuidar de alguém quando adultos
ter capricho e cuidar da aparência ajuda na autoestima e é até um estímulo à criatividade
De menino para menina
lutar pelo que quer será um grande aprendizado tanto na infância quanto pela vida toda
correr, pular e explorar territórios estimula a percepção espacial e a prepara para desafios brincar com jogos de estratégia estimula a capacidade de raciocínio e a busca de alternativas
usar ferramentas mais pesadas treina o corpo para suportar pesos
a paixão pela ciência e pela matemática pode abrir novos caminhos para a curiosidade e para a vida
Brincar do que quiser
Se seu filho ou filha perguntasse a você do que pode brincar, sua resposta seria diferente conforme o sexo deles? Fizemos essa pergunta a cerca de 20 pais e mães. A maioria afirmou que os filhos já tiveram oportunidade de vencer os rótulos, sim, embora simplesmente se sintam atraídos pelas bonecas e panelinhas, ou carros e bolas. Como tem um casal, para a designer Luciana Fernandes da Silva, mãe de Maia, 6 anos, e Bernardo, 2, é fácil a exploração ultrapassar os padrões. “O Bernardo e a Maia brincam juntos bastante, inclusive de casinha”, conta. Mas a inocência do garoto resultou em uma situação inusitada: em um dia de levar brinquedo na escola, Bernardo escolheu uma boneca. “Ela está perdida até hoje, provavelmente a professora mandou para a casa de alguma menina”, diz.
Esse dilema faz parte também do processo de criação e desenvolvimento de brinquedos, como contam dois executivos das maiores empresas de brinquedos do mundo, Michael Shore, vice-presidente da área que cuida da percepção dos consumidores da Mattel (fabricante de Barbie e Hotwheels), e Robério Esteves, diretor de operações da Lego no Brasil. Qualquer lançamento novo ou reformulação é baseado em pesquisas com crianças e famílias de vários cantos do planeta. As preferências, segundo eles, são observadas e atendidas, não provocadas pelos produtos. “Quando as crianças são bem pequenas, sua identidade de gênero é menos desenvolvida, e passa a despontar a partir dos 3 anos. Entre 8 e 9, as preferências mudam e voltam a ser menos estereotipadas”, diz Michael Shore. E a Lego acaba de lançar a Lego Friends, uma linha dedicada somente às meninas, com cenários em tons de rosa e lilás e profissões como veterinária, escola de design e superstar. “Era uma demanda dos consumidores, identificada em uma pesquisa que durou quatro anos e foi feita com mais de 800 mães e garotas do mundo todo”, afirma Robério. Por outro lado, grupos feministas de vários cantos do mundo criaram uma petição online contra o produto, acusando a empresa de reforçar os estereótipos.
Falar em brinquedos hoje é puxar a polêmica: a indústria dita as regras no quarto das crianças ou é o inverso? Por mais que os fabricantes afirmem que seu papel é observar e refletir a sociedade, essa foi uma das discussões centrais da Feira de Brinquedos de Nuremberg de 2011, a maior do mundo, sob a batuta do norte-americano Richard Gottlieb, renomado consultor desse mercado. “A indústria está criativamente e financeiramente presa em um padrão de gênero nos produtos, embalagens e propaganda estabelecidos há mais de 100 anos, pelas primeiras lojas especializadas nos Estados Unidos e pelos fabricantes de brinquedos da Alemanha. Esses homens (e eram todos homens) criaram um modelo que polarizou os brinquedos em estereótipos”, repete Gottlieb em seus discursos e artigos. “As crianças só não brincam de qualquer coisa porque a cultura faz uma intervenção violenta para que, muitas vezes, nem sequer experimentem”, diz Jane Felipe, professora do Departamento de Estudos Especializados da Faculdade de Educação da UFRGS.
Diferentes por natureza
Você sabia que o cérebro e o corpo de meninos e meninas não se desenvolvem da mesma maneira? Isso poderia explicar algumas das diferenças biológicas entre eles
A MATURAÇÃO DO CÉREBRO ACONTECE MAIS CEDO NAS MENINAS principalmente nas áreas que envolvem detalhes e expressão verbal. Já nos meninos, acontece mais tarde e nas regiões das habilidades de visão e espaço, o que poderia explicar por que existem mais homens pilotos de avião e engenheiros.
AS DIFERENÇAS BIOLÓGICAS DE MENINOS E MENINAS vão ser definidas geneticamente, onde entra também o papel dos hormônios no desenvolvimento das características sexuais dos indivíduos. Mas a personalidade e o comportamento vão ser definidos, sobretudo, pela interação cérebro-ambiente.
OS MENINOS EXPRESSAM SUA FORÇA FÍSICA por meio de lutas e brincadeiras mais duras. E isso começa por volta dos 3 anos, quando meninos e meninas passam a brincar em grupos separados, já que elas são mais delicadas e eles mais ativos. Uma das razões para essa diferença são os altos níveis de testosterona a que eles são expostos desde a gravidez. Mais uma vez, claro, os estímulos durante a vida vão dizer se ele será mais ou menos agressivo.
NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM, a testosterona também tem seu papel. Uma pesquisa australiana mostrou que os meninos com altos níveis do hormônio tiveram até três vezes mais chances de apresentar atraso na fala. Já as meninas, mesmo com níveis altos de testosterona, têm risco menor para o retardo.
Futuro mais equilibrado
Esteve no topo da lista do The New York Times ano passado o livro Cinderella Ate My Daughter (algo como Cinderela Engoliu Minha Filha, sem previsão para o Brasil), escrito pela jornalista americana Peggy Orenstein, sobre a filha Daisy, 5 anos, ser “massacrada” pelo mundo das princesas. Suas angústias fizeram coro a centenas de famílias. “Elas estão aprendendo que não devem ser as mais espertas, as mais inteligentes. E sim a mais fada de todas”, diz no livro, referindo-se à exigência de que as meninas sejam sempre delicadas e encantadoras. Ela conta que uma professora da Creighton University descobriu que metade dos meninos entre 5 e 13 anos, quando são conduzidos sozinhos a uma sala e ouvem que podem brincar do que quiser, escolhem tanto os brinquedos “de menina” quanto os “de menino”. Mas desde que acreditem que ninguém saiba. Especialmente o pai. E o que é mesmo mais aceito: uma menina gostar de jogar bola, subir em árvores e brincar com carros, ou um menino usar avental e fazer comidinha para as bonecas? Isso é um reflexo de séculos de preconceito em que tudo que está ligado ao feminino é inferior. Assim, como o masculino sempre foi mais valorizado, tudo bem se a menina estiver no universo “oposto”.
As mulheres fizeram sua revolução a partir dos anos 60, conquistaram espaços antes só dominados pelos homens, que assistiram a tudo passivos. Agora, o desafio dos novos casais é encontrar o ponto de equilíbrio entre as funções de cada um. De todos os conflitos, dividir as tarefas domésticas é o mais simbólico deles. Um estudo revelou que na Inglaterra existem dez vezes mais pais que ficam em casa hoje do que há dez anos. Mas nem todos comemoram: um em cada cinco diz que ficar em casa cuidando dos filhos faz com que eles se sintam “menos homens”. Isso porque a diferenciação da exigência para meninos e meninas ainda é forte e começa cedo, segundo a pedagoga Edileide Castro, autora de Afetividade e Limites (Ed. Wak). “Ainda hoje prevalece aquela ideia de que a mulher seria responsável pela casa, mas na realidade temos muitos rapazes morando sozinhos e precisando de habilidades que lhe faltaram na infância”, afirma. E, sabemos, homens casados também têm essa cobrança.
Na família do administrador de empresas Eramir Fernandes Junior, os estereótipos não tiveram muito espaço na criação dos filhos Talmai e Eramir. “Procurei educar os dois como pessoas equilibradas e não da menina frágil e do menino durão.” Parece ter dado resultado. A neta, Clara, ainda com 1 ano e 10 meses, já tem roupa de caveira e uniforme do time da casa. Isso porque a mãe dela quer dar o mesmo tipo de referência que recebeu. “Os exemplos dos pais farão nossos filhos tender para um jeito ou outro”, diz. E qual deveria ser, então, o foco de uma educação? Criar filhos melhores para o mundo. É esse o desejo do advogado Jefferson Xavier, pai de Ana Beatriz, 4 anos, e Maria Luiza, 1. A mais velha fez parte de uma classe na escola com meninos em sua maioria e diversificou nas brincadeiras: adora boneca e tem sonhos de princesa, mas corre e brinca de luta. “Queremos que elas se relacionem sempre de maneira respeitosa, sem preconceitos”, diz o pai. É um ciclo do bem: para vivermos em um mundo em que homens e mulheres tenham as mesmas experiências e cresçam juntos, temos que dar o primeiro passo, e criá-los respeitando suas características.
O que eu faço?
Neste tema, muitas vezes há situações difíceis de decidir como agir. Veja aqui três grandes dúvidas
Na classe da minha filha tem dez meninos e uma menina apenas. Devo pedir para mudar de classe ou até trocar de escola? A escola deve estar atenta a essas desigualdades, pois é muito importante equilibrar meninos e meninas, para forçar que a menina tenha presença diante dos meninos. Ela deve pensar em atividades que interessem a meninos e meninas, o que será bom até para eles. A diversidade agrega repertório para o aluno, evita futuros preconceitos e até facilita o aprendizado.
Como faço para estimular desde cedo a sensibilidade do meu filho, já que isso é tão valorizado no mercado de trabalho hoje? O ideal é que a gente não pense que a sensibilidade só pode ser atribuída à menina, e é isso que podemos mudar, para que meninos e meninas entrem em contato com seus sentimentos. Embalar a boneca e brincar de ser o pai da família, faz com que ele aprenda a ser afetuoso. Tem também que deixar ele chorar e falar sobre o que o está incomodando. Ajudam muito as artes, a música, a literatura: tudo para entrar em contato com os processos internos que muitas vezes se atribui ao feminino. No filme Billy Elliot, por exemplo, o menino gostava de balé e o pai o obrigava a lutar boxe. Só que, criado só por homens, ele aprendia a negar qualquer manifestação de sensibilidade e, no fim das contas, era um artista e uma criança adorável.
Minha filha é extremamente delicada, mas o mundo é cruel. Como faço para prepará-la para ir atrás do que quer? Continuar sendo delicada, sim, mas também ser esperta. Ela tem que saber que existem pessoas más, situações desagradáveis, e prepará-la para a frustração é importante. Incentive-a ser autossuficiente, estimulando atividades sozinha, independência gradativa, e, o mais importante: a sonhar com projetos próprios.
FONTE: REVISTA CRESCER
ESTOU DIVULGANDO PORQUE ACREDITO SER MUITO IMPORTANTE ESSA LEITURA.
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