quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Meu Filho está gaguejando

Meu filho está gaguejando. O que fazer?
Seu filho tropica para falar uma palavra, gagueja. Os pais, no intuito de ajudar a criança a tirar esse "nó", geralmente soltam as seguintes frases: "Pare e respire", "Fale devagar", "Respire fundo", "Repita comigo" ou "Pense antes de falar".
Sabia que essa "ajuda" dos pais pode simplesmente piorar o caso? Pois é. Crianças de até quatro anos podem "gaguejar" sem que isso seja uma alteração na fala.
Essas recomendações dos pais podem soar como broncas, pressionando o pequeno, podendo deixar ainda mais aflito, motivo que dificultará ainda mais no processamento harmônico da palavra.
"Quando a criança está no processo de desenvolvimento da fala e linguagem pode acontecer a disfluência fisiológica, isto é, a gagueira que é natural desse período" explica a fonoaudióloga Jamile Elias. Acontece normalmente por volta dos três ou quatro anos e pode durar até oito meses, desaparecendo naturalmente.
Os sistemas neurológico, respiratório, fonatório e articulatório da criança ainda estão imaturos, não funcionando harmoniosamente, podendo ocasionar as disfluências (gagueiras). Apresenta-se em graus variados nas crianças e pode ser agravada a outros fatores.
Jamile Elias conta que o nervosismo e a ansiedade são fatores que podem aumentar a disfluência.
"Todos já gaguejamos quando tivemos que falar em público, ao falar uma palavra desconhecida e difícil, quando temos que falar com algum superior. Nas crianças, o nervosismo pode aparecer com o nascimento do irmãozinho, separação dos pais ou início na escolinha", acrescenta a profissional.
Gagueira "hereditária" - A disfluência fisiológica pode se tornar patológica dependendo de fatores hereditários, genéticos e ambientais. Uma criança que tem história na família de gagueira tem maiores riscos de apresentar uma disfluência patológica.
Exagero dos pais - Quando a família exige um perfeccionismo em tudo o que a criança fala, se cria um nível de tensão. Isso pode desencadear uma disfluência. Neste caso, a criança tem a percepção de que não fala bem e ao tentar falar "direito" como os pais (falando devagar e pensando no que vai falar), o pequeno fica tenso e nervoso, agravando sua disfluência.
Claro que cada caso é um caso e uma avaliação fonoaudiológica deve ser realizada para verificar se ocorre realmente uma disfluência fisiológica ou patológica, mas algumas orientações são importantes. As dicas são feitas pela fonoaudióloga Jamile Elias.
Dicas
Não dizer para a criança falar devagar ou respirar fundo. Isso é um começo para que a criança não se sinta um mal falante e fique tensa na hora de falar.
Não termine a frase pela criança. Se a mamãe ou papai já sabem o que a criança quer, para quê que ela vai continuar falando?
Escute com muita paciência e sem demonstrar impaciência com a fala do seu filho que apresenta disfluência (gagueira).
Faça da hora da comunicação um período de prazer. Cante, conte histórias e brinque com a criança.
Valorize o que a criança tem a dizer e não o como ela diz. A criança se sente "fortalecida" quando consegue passar sua idéia, não necessariamente construindo perfeitamente a frase. Ela se sentirá estimulada.
FONTE : Bruno Rodrigues

Estresse Infantil

Estresse infantil
Num mundo tão agitado e concorrido, parece que a infância não tem mais lugar. É tanto o desejo de que os filhos cresçam rápido, aprendam mais rápido ainda, que as despreocupações infantis deram lugar à imediata ocupação de tempo com coisas que não deveriam fazer parte de seu universo.

Pais até fazem agenda para que não se percam com tantos afazeres e os mais diversos. A pressão é intensa sobre os pequenos ombros: tem que ser o primeiro da classe e obter sucesso em todas as atividades em que foram inscritos. Tudo muito precoce. As crianças se veem numa corrida contra o tempo como se isso pudesse garantir um futuro bem sucedido ou promissor.
E como são dependentes de seus pais, física e emocionalmente, preocupam-se em atender a todas as expectativas para não desapontá-los e perder o amor deles. Com isso, as necessidades infantis são postas de lado para que assumam o que lhes foi imposto.
Mas há um preço a se pagar pelo caminho que se decidiu seguir e, obviamente, será cobrado mais tarde e, muitas vezes, mais cedo do que se espera.
É o estresse infantil, que gera uma tensão tão extrema, insuportável mesmo, acompanhada de reações orgânicas como excesso de ansiedade junto com taquicardia, vômitos, diarreias, dores, agressividade, perda de ou sono agitado, doenças respiratórias, enfim. A criança sente como se sua segurança estivesse ameaçada. E de fato está.
Além do estresse infantil poder originar-se das altas cobranças, principalmente aquelas em que a criança ainda não se sente capaz de atingir o fim desejado e esperado, pode, inclusive, originar-se por brigas familiares e separações, abusos e violências contra ela, mudanças de vida, de casa, de escola e outras tantas, quando não foi bem preparada para poder compreender e aceitar o que vai perder. Não se pode esquecer que toda mudança envolve perdas e ganhos.
São muitos os eventos que podem provocar o estresse infantil, por isso é fundamental que os pais acompanhem seus filhos de perto, fiquem atentos a cada mudança de humor, de comportamento e mesmo de saúde sem motivo aparente, pois pode ser sinal de estresse.
Cada criança é única e o limite de tolerância e o ritmo de aprendizagem são diferentes para cada uma e deveriam ser respeitados.
Na verdade, o que ela deseja é brincar e desfrutar a infância a que tem direito. É muito triste ouvir um adulto dizer que muito cedo teve que assumir responsabilidades, que não teve infância por não ter sido permitido ou por não ter tido outra opção.
Não se pode pular uma fase de vida, pois mais tarde ela retorna. São os adultos infantilizados, que se "esqueceram" de crescer ou crianças atuando como se fossem adultos, tomando decisões que deveriam, via de regra, serem tomadas por adultos.
A criança aprende brincando sozinha ou com seus pares, como também só observando, pois é através da imitação que se dá a maior aprendizagem infantil.
Cabe aos adultos responsáveis refletirem profundamente se não estão ocupando o tempo livre de seus filhos para se verem livres deles e poderem, eles mesmos, desfrutarem seu próprio tempo livre sem preocupação ou interrupção.
Fonte: Dra. Ana Maria Morateli da Silva Rico
Psicóloga Clínica