quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Depressão infantil: o pensamento positivo pode ajudar

Que depressão não é coisa exclusiva de adultos você já sabe, mas dados da Organização Mundial de Saúde apontam que cerca de 20% das crianças com até 12 anos apresentam sintomas da doença. As proporções são alarmantes
Aa partir do momento em que a criança aprende técnicas de pensar positivamente, ela se mostra muito mais forte perante futuros problemas psicológicos. “Estudos mostram que se são dadas às crianças ferramentas necessárias para ajudar a criar um poder de recuperação e de resistência elas conseguem evitar maiores problemas na vida adulta”, diz Stallard.

“Na terapia cognitiva para crianças e adolescentes, as técnicas utilizadas servem para desafios de pensamentos distorcidos e ajudam na flexibilidade das decisões”, aponta Êdela Nicoletti, presidente da ABPC. A especialista afirma a eficácia desse tipo de tratamento, mas alerta que as coisas não são tão simples assim. Pensamento positivo ajuda, mas é necessário ser guiado por um profissional competente.

Crianças também ficam ansiosas

Você é ansioso? Saiba que as crianças também apresentam sinais do distúrbio quando algo as incomoda. A ansiedade está muito associada ao tempo: é quando a projeção mental no futuro é mais forte do que no presente. Esse é um comportamento que pode ser aprendido, mas hoje há estudos que mostram que os genes também podem ter o seu papel nesse quadro. Uma pesquisa realizada por cientistas na Alemanha e nos Estados Unidos mostrou que pessoas com variações do gene que regula o neurotransmissor dopamina, o COMT, possuem mais chance de desenvolver distúrbios de ansiedade.

Mas a genética é apenas um dos diversos fatores que contribuem para a ansiedade. A questão ambiental, como o convívio em casa com a família, exerce uma função importante no comportamento da criança.
Os recém-nascidos já podem aprender e desenvolver alterações de ansiedade por influência da mãe. Até os 7 anos, a criança está em um nível de desenvolvimento primitivo, e a família é o alicerce para os seus valores. Se no dia-a-dia, ela presencia briga dos pais, preocupação excessiva deles com trabalho, por exemplo, é provável que fique insegura e ansiosa também.
Como identificar a ansiedade na criança
A criança ansiosa não se concentra no momento atual, até os 6 anos, a insegurança é a principal característica. Ela tem medo de tudo e dificuldades em passar as etapas do seu desenvolvimento, como largar as fraldas ou a chupeta.

Em idade escolar, o desempenho nos estudos pode ser prejudicado, por não conseguir acompanhar as explicações do professor. Quando está brincando, ela pode atropelar a colega. Se o jogo é de tabuleiro, por exemplo, ela quer jogar a todo o momento e não sabe esperar sua vez. Se for menor, e o brinquedo é de encaixar, pode não conseguir realizar a atividade da maneira que gostaria.

É claro que, se o seu filho está em época de provas, esperando por uma viagem ou festa de aniversário, ele vai ficar ansioso, mas são situações que não trarão danos para a sua vida. Vale o bom senso dos pais para observar a criança. O problema é quando o sono, a alimentação, o desenvolvimento educacional e social da criança são afetados.

Como os pais podem ajudar os filhos
- Ensine seu filho a respirar bem devagar, para que ele se acalme;
- Ao contar uma história, se perceber que ele está disperso, chame-o com carinho e o envolva novamente no enredo;
- Converse com seu filho. Se perceber uma mudança no comportamento, ajude-o a se expressar, a nomear o que está sentindo;
- Ofereça saídas práticas. Se estiver muito ansioso por causa de um evento, ajude-o a se distrair, sem fazer comentários sobre seu comportamento. Se estiver comendo muito rápido, peça que acompanhe o seu ritmo; - Proponha atividades físicas. Elas relaxam e colocam a criança no presente.
Se perceber que a rotina e o desenvolvimento da criança estão prejudicados por conta da ansiedade, procure ajuda de um profissional.
Fonte: Revista crescer